domingo, 6 de fevereiro de 2011

Nepal: relato de uma sobrevivente - parte I

5 de Dezembro
Aqui no Nepal existem muitos mais mosquitos do que na Índia (sem comparação!!). Lumbini é uma zona endémica de malária, por isso temos de ter muito cuidado.
O hotel onde estamos é simpático. Chama-se Buddha Maya Garden. Amanhã vamos visitar o sítio onde o Buda nasceu e ouvir outra vez a história da vida dele. Cada pessoa tem a sua própria versão, por isso é sempre diferente. Mas numa coisa concordam: a mãe de Buda sonhou com um elefante branco e isso foi um sinal de que Buda ia ser um grande sábio. A minha mãe deve ter sonhado com um mamute branco! :-P

6 de Dezembro

Hoje deixámos Lumbini, depois de visitarmos a “Jerusalém” do budismo, e viemos para Pokhara, uma cidade situada num vale a 700-900 m acima do nível do mar. A travessia dos Himalaias é incrível! Apetece largar o Ocidente e vir para aqui, desfrutar de cada montanha, de cada nascer do sol, de cada sorriso sincero (ou não, mas bonito da mesma)...

Chegámos aqui ao hotel antes do jantar. O Tanveer levou-nos a um restaurante que já conhecia e depois voltamos para o hotel. Acordámos muito cedo (antes das 5h30) para subir a 1.400 m e vermos o dia a começar... (Isto fez-me lembrar da história da andorinha Sinhá :-)

Depois de vermos Annapurna (I, II, II e IV) e a "Fish Tail" (entre outros picos, que eu não me lembro), fomos para um "miradouro" onde já estavam muitas outras pessoas (franceses, chineses e romenos, ou lá o que era, com cara de vampiros - segundo a Sophie)... E vimos uma bola
laranjinha a aparecer por baixo de umas nuvenzinhas! Depois fizemos trekking, pelos caminhos de pedra, entre as casas mais rurais, até chegarmos à cidade, perto do lago.

Pequeno-almoço no hotel (1,40 €, aprox, por ovos
mexidos, batatas, 2 tostas, sumo de laranja e chá/café) e sightseeing logo a seguir, com o mesmo guia que nos levou a ver o nascer do sol. Vimos grutas, um rio sagrado e templos... O que eu gostei mais foi de ver uma queda de água, na parte mais funda da gruta. Deve ser incrível descobrir sítios assim! Claro que o risco é grande... Ficar presa numa gruta inexplorada (para não falar em pior) é coisa que dispenso, mas consigo perceber porquê que há tanta gente disposta a assumir esse risco!
Depois do sightseeing comecei a sentir-me doente. Tive de vir ao hotel usar a casa-de-banho e tomei loperamida (não gosto de anti-diarreicos,acho que as circunstâncias justificaram...) para poder almoçar com os outros, já às 16h, num restaurante da zona turística.
Tenho pena de passarmos a maior parte do tempo em zonas turísticas... Nenhum de nós sabe como é que é realmente a cultura nepalesa ou indiana... A chulice é comum (posso garantir-vos eu, que me esforço ao máximo para regatear e "fazer o choradinho" e não há maneira de não ser enganada... Apetece-me rogar pragas a todos os vendedores que ficaram com o meu rico dinheirinho...tão poupadinho noutras coisas, para desaparecer por artes mágicas de um simples comerciante).
Hoje perguntei ao nosso guia se havia lojas fora da cidade que vendessem produtos de lã (gostava de dar uma camisola da serra a toda a gente no Natal! mas isso não vai acontecer... É impossível, por isso não criem expectativas!!). Ele disse que sim, mas que não havia produtos como na zona turística "Nepalese people use different style wollen products..."



Vou dormir agora. Amanhã parto para Kathmandu. Mais uma longa viagem de autocarro... Hoje não jantei e fiquei na caminha, por isso não mereço cólicas, nem coisas piores!!

By Rita Silva

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