segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mutton Byriani - parte II


Dia 6 – As pessoas

Apesar da inegável pobreza material, as pessoas têm um ar feliz! Sorriem, falam com os turistas, passam horas descontraídas a admirar o mundo à sua volta. As crianças deliram com uma máquina fotográfica! Quando nos vêem, aproximam-se a correr e pedem-nos fotografias. Ainda sentem a magia do flash…

Visitámos uma aldeia e a sua escola. O meio rural é diferente! O ar é mais limpo, as pessoas mais tímidas, o ritmo de vida mais calmo… Mas a simpatia mantém-se e o prazer de receber visitas também.

Dia 7 – O Kama Sutra

A bíblia do sexo nasceu na Índia, atravessou fronteiras e é mundialmente famosa. A arte do prazer é muito valorizada e as figuras do Kama Sutra povoam palácios e templos por todo o país. É impossível visitar a Índia sem ouvir histórias sobre o Kama Sutra, a sua importância para as mulheres e homens do passado e presente e até sobre o destaque que lhe era dado na família real. As mulheres indianas têm o dever de aprender a arte do Kama Sutra e pô-la em prática para fazer os seus maridos felizes. É curiosa esta abertura em relação à sexualidade num povo tão conservador em outros aspectos.


Dia 8 – The Taj

A maravilha do mundo não desilude ninguém, mesmo que as expectativas sejam elevadas. O Taj Mahal é imponente, grandioso e a obra arquitectónica mais perfeccionista que alguma vez vi. Tudo naquele edifício são detalhes. Tudo foi pensado ao milímetro e concretizado com rigor de ourives.

Há muitas lendas fundadas na mítica desta construção. Cada visitante escolhe aquela em que quer acreditar. A que tem maior aceitação é a versão romântica. Para os românticos, o Taj Mahal é comovente! Representa uma história de amor eterno e incondicional que todos gostariam de viver. Seja qual for a história que escolham como verdadeira, o Taj marcar-vos-á!

Dia 9 – O comboio

Percorrer longas distâncias no sub-continente é uma aventura. A forma mais económica, rápida e, apesar de tudo, mais confortável é o comboio. Para percorrer 500 km (de Agra a Varanasi) são necessárias cerca de 20 horas. Viajamos em 3ª classe com ar condicionado e camaratas para dormir e a jornada teria sido agradável se não tivéssemos reparado nos nossos companheiros de viagem: baratas e ratos! Para quem co-habita pacificamente com estes seres, viajar de comboio (em 3ª classe) não será problema.

O mais estranho no meio de tudo isto é a expressão dos nativos sempre que nos vêem matar uma barata. Na Índia há um grande respeito pelos animais (incluindo as baratas) e pelas plantas e, por essa razão, o nosso nojo é visto com estranheza.

Dia 10 – O Ganges e a Cidade Sagrada Hindu

O Ganges é o rio sagrado para o Hinduísmo. É aqui que tradicionalmente se realizam as cerimónias hindus desde os banhos purificantes às cerimónias fúnebres. É também nas margens do Ganges que os crentes se reúnem para rezar. Todos os dias ao final da tarde há uma cerimónia religiosa que acolhe milhares de pessoas nas margens e em barcos no rio.

A cidade de Varanasi fica precisamente na margem do Ganges e é um local importante de turismo religioso.


De Varanasi partímos para o Nepal. Da Índia ficaram memórias de um país exótico, de uma cultura única mas com grande diversidade dentro do país, de um povo simpático, pobre e honesto que tira partido das diferenças em relação ao ocidente para explorar o turismo e o turista! É uma viagem que vale a pena e será tanto melhor quanto maior o contacto com as pessoas.

Preparem as malas e BOA VIAGEM!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Mutton Biryani - parte I

Índia! Esse destino mítico!

Para desfrutar ao máximo esta viagem o segredo é esquecer tudo o que já se leu ou ouviu sobre a cultura exótica deste povo. Basta manter a mente aberta e todos os sentidos despertos para os estímulos do meio envolvente.

Dia 1 – O Trânsito

É impossível falar da Índia sem falar do trânsito! Já tinha ouvido muitas descrições do caos, já tinha visto muitos vídeos, já me tinham mostrado muitas fotos mas acreditem ou não, é pior! É absolutamente impossível transpor para uma foto, um filme ou uma descrição pormenorizada aquilo que se sente dentro de um rickshaw!

Pelas cidades do sub-continente circulam motas, rickshaws, bicicletas, carros, jipes, autocarros, camiões, vacas, elefantes, camelos, porcos… e pessoas… O trânsito flui, ninguém pára, ninguém respeita sinais de trânsito (os poucos que existem) e as buzinas tocam sempre. Há um ruído ensurdecedor que se mantém dia e noite. Há um ar denso, cinzento, poluído, difícil de respirar. Há o caos!

A primeira tentativa para atravessar a rua revela-se uma tarefa hercúlea que só é concluída com êxito quando um nativo tem compaixão e se propõe a ajudar-nos. Como crianças guiadas por um adulto aprendemos as regras básicas e ao fim de dois dias percebemos que, apesar do caos, é mais seguro atravessar a rua na Índia do que na maioria dos países ocidentais!



Dia 2 – The Pink City

Jaipur fica no norte do país e é conhecida como a cidade cor-de-rosa porque é a cor predominante dos edifícios da zona histórica da cidade. Há muitos pontos de interesse nesta cidade. Destaco aqui o City Palace, Jantar Mantar (Observatório), Hawa Mahal (Palácio dos Ventos) e o Amber Fort.

Além do estilo arquitectónico destes edifícios realço o Jantar Mantar que é o maior observatório ao ar livre do mundo. Há vários instrumentos que farão as delícias dos amantes da astrofísica e o maior relógio solar do mundo também pode ser visto aqui.

Dia 3 – O Chai

Foi pelas especiarias e pelo chá que os portugueses quiseram chegar à Índia e, 500 anos depois, o consumo destes produtos mantém particularidades que distinguem a Índia do resto do mundo. Para os interessados nos prazeres do paladar a Índia oferece uma grande variedade de sabores, todos eles com um travo picante q.b.

As especiarias são vendidas a granel em todas as ruas de todas as cidades. Todas têm cores garridas e são expostas em bancas ao ar livre. Dão um colorido alegre às ruas e deixam um aroma intenso na atmosfera. É o cheiro da Índia!

O Chai é uma bebida com chá, leite e uma mistura de especiarias. Deve beber-se quente e com açúcar a gosto. É frequentemente bebido nas ruas e bazares em pequenos copos de plástico. Apaixonei-me pelo Chai e trouxe a “masala” (mistura de especiarias) para o preparar em Portugal…

Dia 4 – Os Bazares

O comércio é a actividade predominante nas cidades e os bazares ocupam quarteirões inteiros. Vende-se de tudo, com especial destaque para os têxteis – quem visita a Índia compra pelo menos um lenço – e os comerciantes adoram inflacionar os preços para os turistas! Chegam a pedir 10 vezes mais do que era suposto! Regatear é a arte mais apreciada. Quem é conhecedor desta arte tem momentos felizes nos bazares. Quem, como nós, é principiante terá de passar por algumas desilusões até conseguir bons negócios.

Por si só, o comércio é um mundo à parte. Vale a pena visitar os bazares mesmo que seja só para ver.

Dia 5 – Os casamentos

O Inverno é a época dos casamentos na Índia. Não chove e não está tanto calor por isso é possível vestir roupas de cerimónia e colocar todos os ornamentos que a tradição manda. O ritual do casamento é complexo e demorado. A festa é aberta a todos, sejam convidados ou não e o noivo percorre as ruas da cidade em procissão até à casa da noiva. Os casamentos são arranjados entre as famílias e a sua viabilidade discutida previamente com base no horóscopo e carta astral dos noivos. Os noivos conhecem-se apenas no dia do casamento e o divórcio não é permitido.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Tikka Masala + Daal

Quando começámos a pensar nesta odisseia e nas proporções que queríamos que ela tivesse, procurámos algumas agências de viagens que nos apresentavam orçamentos cujo “custo/benefício”, ou melhor, “custo/tempo e experiências espectaculares” era absurdo para as nossas carteiras de juventude em fase pré-laboral. Optámos por meter mãos à obra e tratar do assunto por nossa conta e risco.
Planear uma viagem desta magnitude parece mais difícil do que de facto é. Pode ser dividida em 4 grandes pontos: comprar a viagem de avião, reservar a tour (aconselhado a grupos de número superior a 5), pedir o visto e ir à consulta do viajante.

1. Viagem de Avião
Diversos sites podem ser utilizados para adquirir bilhetes a baixo preço. O que nos sugeriram, e que por experiência parece ser o que apresenta preços mais em conta é o da Skyscanner. Neste link, é possível procurar viagens de avião em diversas companhias aéreas.
Caso se queira viajar com um grupo de 9 pessoas ou mais, não é possível comprar os bilhetes de uma só vez. Por esta razão, consultámos algumas agências de viagens e aquela que nos fez o melhor preço e nos deu a melhor atenção foi a agência de Viagens do El Corte Inglés, com preços equivalentes aos da Skyscanner.
Comprámos a viagem de ida e volta para Nova Deli, Índia, com 4 meses de antecedência.

Resumo: - Skycanner:
- Agência de Viagens El Corte Inglés

2. Tour - Amigos amigos, viagens à parte!
Quando se junta tanta gente para viajar, fica tudo mais facilitado se já se tiver programa no destino. Tivemos a sorte de nos ser sugerida uma agência de viagens holandesa que organiza tours completas, com guia, hotel, transportes e algumas excursões, a preços bastante acessíveis. A Shoestring é uma agência de viagens com características fantásticas: experiências diferentes com preços acessíveis. Tem também a vantagem de dar bastante liberdade ao viajante, para que ele possa desfrutar de diferentes actividades, mesmo sem ser ligadas à agência.
A agência tem diferentes links (shoestring.co.uk; shoestring.eu). O link com o maior número de viagens é o original: http://shoestring.nl/.
Fizemos a reserva com 2 meses de antecedência.

Resumo: - Shoestring (shoestring.co.uk/asia/india/india-nepal-on-a-shoestring) - o programa que fizemos diz não ser necessário levar saco-cama, mas aconselho fortemente que o levem.

3. Visto
A obtenção do visto foi a parte mais complicada…

A forma mais simples de ter o visto da Índia é pedi-lo através de uma agência de viagens. De todas as agências que consultámos (e foram muitas!) a que nos fez o preço mais em conta foi a agência Abreu. Terão de preencher um inquérito longuíssimo, entregar algumas fotos e o passaporte e, além disso, ter um documento oficial carimbado por uma agência de viagens com o vosso percurso, isto porque com este programa da Shoestring são feitas duas entradas na Índia, uma de Portugal e outra do Nepal.

A forma mais barata (metade do preço), é enviar por correio (aconselho que o façam por carta registada com aviso de recepção) os seguintes documentos:
• Passaporte válido por no mínimo 1 ano;
• Formulário de 7 páginas integralmente preenchido e assinado (para turismo exclui-se a parte C);
• 2 fotos originais tipo passe, a cores e recentes
• Reservas dos voos com datas precisas;
• Documento oficial da agência de viagens com o programa no destino
Para: Embaixada da Índia
Rua Pêro da Covilhã, 16
1400-297 Lisboa
Se quiserem, podem apressar o processo se pagarem de imediato com Vale Postal.

Conselho essencial: peçam o visto com mais de 1 mês de antecedência (http://www.indembassy-lisbon.org/pt/emb_history.html)

O Visto do Nepal pode ser adquirido na fronteira, certifiquem-se que levam convosco fotografias tipo passe.

4. Medicina do Viajante: essencial!
Zona Norte:
• Hospital Joaquim Urbano, Porto - telefone 225 899 550
• Hospital S. João, Porto (serviço de doenças infecciosas) - telefone 225 512 100/200
• Centro de Saúde dos Guindais, Porto - telefone 222 002 540 - asbatalha@srsporto.min-saude.pt
• Unidade Operativa de Saúde Pública de Braga - telefone 253 208 260 - dcsbraga@srsbraga.min-saude.pt
• Unidade Operativa de Saúde Pública de Viana do Castelo - telefone 258 801 900 - dcsviana@srsviana.min-saude.pt
Zona Centro:
• Hospitais da Universidade de Coimbra – telefone: 239 400 488
Zona Sul:
• Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa - telefone 213 627 553 -

Não se esqueçam do pocket money, cerca de 400 euros.

BOA VIAGEM



Actualização

Este blog está prestes a tornar-se o blog sensação!

SEXTA-FEIRA anda à roda!

Muuuuuuu!