sábado, 22 de janeiro de 2011

Mutton Biryani - parte I

Índia! Esse destino mítico!

Para desfrutar ao máximo esta viagem o segredo é esquecer tudo o que já se leu ou ouviu sobre a cultura exótica deste povo. Basta manter a mente aberta e todos os sentidos despertos para os estímulos do meio envolvente.

Dia 1 – O Trânsito

É impossível falar da Índia sem falar do trânsito! Já tinha ouvido muitas descrições do caos, já tinha visto muitos vídeos, já me tinham mostrado muitas fotos mas acreditem ou não, é pior! É absolutamente impossível transpor para uma foto, um filme ou uma descrição pormenorizada aquilo que se sente dentro de um rickshaw!

Pelas cidades do sub-continente circulam motas, rickshaws, bicicletas, carros, jipes, autocarros, camiões, vacas, elefantes, camelos, porcos… e pessoas… O trânsito flui, ninguém pára, ninguém respeita sinais de trânsito (os poucos que existem) e as buzinas tocam sempre. Há um ruído ensurdecedor que se mantém dia e noite. Há um ar denso, cinzento, poluído, difícil de respirar. Há o caos!

A primeira tentativa para atravessar a rua revela-se uma tarefa hercúlea que só é concluída com êxito quando um nativo tem compaixão e se propõe a ajudar-nos. Como crianças guiadas por um adulto aprendemos as regras básicas e ao fim de dois dias percebemos que, apesar do caos, é mais seguro atravessar a rua na Índia do que na maioria dos países ocidentais!



Dia 2 – The Pink City

Jaipur fica no norte do país e é conhecida como a cidade cor-de-rosa porque é a cor predominante dos edifícios da zona histórica da cidade. Há muitos pontos de interesse nesta cidade. Destaco aqui o City Palace, Jantar Mantar (Observatório), Hawa Mahal (Palácio dos Ventos) e o Amber Fort.

Além do estilo arquitectónico destes edifícios realço o Jantar Mantar que é o maior observatório ao ar livre do mundo. Há vários instrumentos que farão as delícias dos amantes da astrofísica e o maior relógio solar do mundo também pode ser visto aqui.

Dia 3 – O Chai

Foi pelas especiarias e pelo chá que os portugueses quiseram chegar à Índia e, 500 anos depois, o consumo destes produtos mantém particularidades que distinguem a Índia do resto do mundo. Para os interessados nos prazeres do paladar a Índia oferece uma grande variedade de sabores, todos eles com um travo picante q.b.

As especiarias são vendidas a granel em todas as ruas de todas as cidades. Todas têm cores garridas e são expostas em bancas ao ar livre. Dão um colorido alegre às ruas e deixam um aroma intenso na atmosfera. É o cheiro da Índia!

O Chai é uma bebida com chá, leite e uma mistura de especiarias. Deve beber-se quente e com açúcar a gosto. É frequentemente bebido nas ruas e bazares em pequenos copos de plástico. Apaixonei-me pelo Chai e trouxe a “masala” (mistura de especiarias) para o preparar em Portugal…

Dia 4 – Os Bazares

O comércio é a actividade predominante nas cidades e os bazares ocupam quarteirões inteiros. Vende-se de tudo, com especial destaque para os têxteis – quem visita a Índia compra pelo menos um lenço – e os comerciantes adoram inflacionar os preços para os turistas! Chegam a pedir 10 vezes mais do que era suposto! Regatear é a arte mais apreciada. Quem é conhecedor desta arte tem momentos felizes nos bazares. Quem, como nós, é principiante terá de passar por algumas desilusões até conseguir bons negócios.

Por si só, o comércio é um mundo à parte. Vale a pena visitar os bazares mesmo que seja só para ver.

Dia 5 – Os casamentos

O Inverno é a época dos casamentos na Índia. Não chove e não está tanto calor por isso é possível vestir roupas de cerimónia e colocar todos os ornamentos que a tradição manda. O ritual do casamento é complexo e demorado. A festa é aberta a todos, sejam convidados ou não e o noivo percorre as ruas da cidade em procissão até à casa da noiva. Os casamentos são arranjados entre as famílias e a sua viabilidade discutida previamente com base no horóscopo e carta astral dos noivos. Os noivos conhecem-se apenas no dia do casamento e o divórcio não é permitido.

3 comentários:

J. Leitão disse...

Já somos duas apaixonadas pelo Chai:)...é como voltar à Índia em cada golada!

Filipe disse...

Aqui também se veêm, volta e meia, uns camelos na rua, mas são um bocadinho mais refinados dos que os da Índia...

Rita RSilva disse...

Camelos aqui em Portugal? Conheço alguns... Andam nas ruas como se estas lhes pertencessem!!